Trilogia do Tempo: Passado | 2016

Em uma sala, uma instalação montada. Ao fundo, a projeção de um vídeo se perde em um amontoado feito de tule branco. Do lado barbantes esticados na parede formam algo como um varal. No canto uma cadeira. Entro no espaço com uma máquina de escrever. Sento na cadeira e escrevo uma folha numerada afirmando que iria relembrar minhas memórias. Penduro a folha no varal e pego as demais folhas datilografadas escritas nos últimos dias e começo a ler. Após cada folha lida a fixo no varal.

Inspirada na Aporia do Tempo de Santo Agostinho, a trilogia do tempo explora as impressões do tempo na alma. A impressão do passado, neste caso, é a memória. Este trabalho surgiu na residência artística promovida pela ATAL 609 em São Sebastião, São Paulo. As páginas escritas, datilografadas, eram sobre minhas memórias da vivência que tive em cada dia da residência. Eu nunca escrevia imediatamente após os eventos e nem nos momentos. Às vezes ficava um ou dois dias para escrever e geralmente o fazia antes de ir dormir. O vídeo que faz parte da instalação era composto de imagens e sons que capitei durante a minha estadia