Sobre o Não-simbólico | 2016

Ano: 2016
Número de apresentações: 3
Locais: p.ARTE #28 – Curitiba, Brasil | La Plataformance Festival – São Paulo, Brasil | Bienal do Pilarzinho
Duração: 2 hours

Ano: 2016
Número de apresentações: 3
Locais: p.ARTE #28 – Curitiba, Brasil | La Plataformance Festival – São Paulo, Brasil | Bienal do Pilarzinho
Duração: 2 hours

  • Descrição

  • Sobre

Entro no espaço carregando uma maleta prateada. Tiro os sapatos e meias deixando-os em um canto. O conteúdo da maleta só é revelado quando eu a abro. Ela está repleta de velas, sendo 6 velas de 7 dias e 40 velas normais. Todas da cor marrom. Tira as velas de 7 dias, faço uma fileira com elas, colocando-as lado a lado e as acendo. Depois, construo uma torre com essas velas, fixando uma em cima da outra. Para isso utilizo uma vela comum para ajudar. Por fim, coloco a vela comum na ponta superior da torre. Após contruído a torre, pego de 4 a 6 velas por mão na maleta e as acendo com o fogo da torre. Após as velas acesas, as derreto sobre os seus pés. Derreto as velas até o momento em que consigo segurá-las e logo após as jogo acesas no chão. Em seguida, pego mais velas na maleta e volto a derretê-las em meus pés. Repito essa ação até acabar com as velas da maleta e estar com o pé coberto de cera marrom. Com as últimas velas, apago a vela acesa na torre derretendo-a. Com as velas apagadas, levemente retiro os pés da cera derretida, deixando o molde deles no chão.

Meu trabalho com performance sempre esteve focado em questões práticas como o agir, o fazer, o saber-fazer. Quando criei a performance Eu Prometo, de 2011, os elementos com que trabalhei entraram no trabalho devido a necessidades práticas. No fim, percebi que eram elementos extremamente simbólicos – a água quente, o gelo, as pétalas etc.

Este trabalho surgiu exatamente da reflexão sobre o uso de elementos de grande potencial simbólico, contudo, sem explorar sua simbologia. Por isso a escolha da vela e do fogo. O trabalho não é sobre a luz e nem sobre algo religioso ou espiritual. Ele é sobre ir além da simbologia. E é com a ação, com o construir, com o manipular e alterar a matéria que consigo extrair a simbologia desses elementos buscando explorar novos sentidos e significados que possa possuir.

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Fernando Ribeiro

Artista da performance e curador, vive e trabalha em Curitiba, Brasil. Ribeiro se destaca como um dos principais artistas da performance do Sul do país. Sua trajetória conta com mais de 17 anos dedicados a performance art, tendo participado de diversos eventos nacionais e internacionais. Também atua como curador de performance na p.ARTE e Bienal de Curitiba.