Ano: 2011
Local: Parque Tingüi – Curitiba, Brasil
Duração: 1h 10m
Descrição
Sobre a Performance
A performance foi executada no Parque Tingui, em Curitiba, numa tarde de outono. Vestindo uma roupa larga e cinco pedaços de cordas, direciono-me a uma área do parque que tem o predomínio do pinheiro Araucária, árvore nativa da região. Amarro as extremidades de minhas pernas com cordas e começo a colocar os galhos e folhas (grimpas) desta árvore dentro de minha calça. Tendo preenchido a minha calça, amarro as extremidades do meu braço e minha cintura com as cordas e coloco dentro de minha blusa, por meio da gola, os galhos da árvore. Saio caminhando com os galhos entre minha roupa e meu corpo em direção a outra área do Parque. Após quatrocentos metros de caminhada, chego a uma área que possui somente árvores de Bordo, planta exótica à região. Embaixo dessas árvores, solto as cordas e começo a tirar os galhos e folhas de Araucárias, misturando-os às folhas de bordo no chão. Após tirar todos os galhos, amarro novamente as extremidades dos meus membros e cintura com as cordas e começo a encher com as folhas de bordo. Após preencher toda a roupa, volto caminhando para a área do parque que possui somente Araucárias. Solto as cordas e começo a misturar as folhas de bordo aos galhos e folhas de araucária, terminando a performance.
Este trabalho está diretamente relacionado aos meus estudos de filosofia, em especial à fenomenologia hermenêutica do filósofo francês Paul Ricoeur e, mais precisamente, à sua dialética da sedimentação e inovação. Para o filósofo a tradição surge a partir da relação entre o novo e o sedimentado.
Com esta performance, busquei expandir praticamente esse conceito por meio da arte. Apesar de esses temas serem da cultura, faço essa relação na natureza, mais precisamente na relação direta e intrínseca entre a cultura e a natureza: em um parque da cidade onde moro, Curitiba.