Ano: 2009
Apresentações: 1
Local: SESC da Esquina / Curitiba Brasil
Duração: 3 dias
Descrição
Sobre a Performance
Munido com uma máquina de datilografia portátil, uma bolsa contendo uma resma de papel A4, sacos plásticos e fita adesiva, escolho um local no espaço, como o chão, escadas, cadeiras etc. Sento-me, abro a máquina de escrever, tiro uma folha de papel na bolsa, coloco na máquina e começo a escrever sobre minhas impressões, o que vejo, o que acontece, o que penso. Sempre começo a escrever com o local, data e número da página. Após finalizar a página, coloco-a em um saco plástico e, com a fita adesiva, fixo a página no local. Logo após, procuro outro lugar para escrever a próxima página.
Após um período sem executar obras de performance (2006-2009), mas muito refletir sobre o que já foi produzido, crio a performance O Datilógrafo. Diferentemente dos trabalhos anteriores, focados no desenvolvimento de uma ação, esse possuía uma esfera mais experimental e relacional. A convite do Sesc da Esquina, apresentei essa performance em que resgato a prática da datilografia, da qual possuo um grande domínio. Esse trabalho parte da escrita, da fixação pela escrita por meio de uma tecnologia ultrapassada e, apesar do trabalho transitar entre o jornalismo a literatura, o seu principal foco está na memória. Não apenas a minha memória relacionada à prática, mas a memória que as pessoas têm dela, ativada pela ação de datilografar mais do que o objeto em si, pelo som específico gerado por uma escrita rápida. Uma memória auditiva coletiva que aos poucos se esvai.