Artista da performance e curador. Iniciou seus estudos sobre performance art em 1999 e desde então se firmou como um dos principais expoentes desta arte no sul do Brasil. Apresentou seu trabalho em espaços como o Grace Exhibition Space (Nova Iorque, 2012), Defibrillator Performance Art Gallery (Chicago, 2012) e Mobius (Boston, 2012). Entre os eventos que participou destacamos MIP – Manifestação Internacional de Performance (Belo Horizonte, 2003); O Corpo na Cidade (Curitiba, 2010); Miami Performance International Festival (Miami, 2013); Performance no Memorial (Belo Horizonte, 2014), TERRA COMUNAL – Marina Abramovic + MAI (São Paulo, 2015), Poéticas do Corpo (Campinas, 2016); Corpus Urbis (Amapá, 2017) e Cada Vez Mais Perto (Curitiba, 2018).
Desde 2012 é curador da plataforma p.ARTE. Foi também curador da Bienal Internacional de Curitiba (2013, 2015 e 2017), da terceira edição do CCBB música.performance (São Paulo, 2015) e do MIP3 (Belo Horizonte, 2016). Fernando vive e trabalha em Curitiba.
Statement
Iniciei meus estudos sobre a performance art em 1999 e desde então a ação se tornou o centro de minha pesquisa teórica e prática. Questões como o "poder-fazer", o "saber-fazer", o "como-fazer", a responsabilidade de agir, o possível na ação sempre foram guias de reflexão e ação no meu trabalho prático. Estas questões guiaram performances como Eu e o Público (2001), Potência (2004) e Distensão (2010).
Considero a espaço como horizonte, o tempo presente, o corpo agente, a presença do público como interlocutor e a ação como traços ontológicos da performance art. Para mim, a performance art revela o mundo da vida (lebenswelt).
No campo teórico, meus estudos sobre a ação se desenvolvem a partir da filosofia. No início, me dediquei a Hannah Arendt e Habermas. Contudo, quando comecei a cursar a especialização em Estética e Filosofia da Arte na UFPR em 2008 me direcionei ao estudo da fenomenologia hermenêutica de Paul Ricoeur, que tem o agir humano como um dos principais temas em sua obra.
Influenciado por Ricoeur, meu trabalho passou a contemplar novas dimensões da ação, explorando ações simples, ações complexas e práticas. O simplesmente agir torna-se agir no mundo e agir com os outros. A responsabilidade de agir continua sendo minha, mas meu trabalho passa a se abrir mais à interferência do outro, sem orientação, direção e coerção, ou seja, a ação do outro parte de sua vontade de agir perante o meu trabalho. Performances como Contínuo (2014) e O Datilógrafo (2015) exploram essa ampliação da ação.
Em um dado momento, a filosofia ultrapassou o campo teórico e se expandiu como reflexão prática e criação em meu trabalho. Dos meus estudos filosóficos – não apenas de Ricoeur -- surgiram performances como Tradição e Inovação (2011), Eu Prometo (2011), Trilogia do Tempo: Futuro (2016) e Distentio Anime (2018).