Dia-a-dia
um diário da performance Distentio Anime no espaço Goethe na Vila.

Dia 7 | Dia cheio

Diferentemente de ontem, hoje o dia foi de muitas visitas, conversas e descobertas. Inclusive, nem sei por onde começar.

Bem, o dia tinha uma cara que não iria render muito, pelo menos na parte de tijolos. Aproveitei para captar algumas imagens em vídeos que, assim que meu computador voltar do conserto, eu edito os vídeos e público.

Então, o dia começou com uma mistura da rotina com o documentar a rotina. Coloco a câmera em uma posição e abro as portas, coloco em outra e passo vaselina nas formas e assim vai. Fiquei com dúvidas se ia conseguir fechar 3 rodadas de tijolos antes do almoço, mas consegui.

Além desse misto de produção e documentação, também recebi visitas de seguranças e do pessoal da limpeza. Todos já conhecem o meu café e passam lá sempre que podem para tomar mais um. Somente o pessoal da obra, da reforma da Vila Itororó é que nunca apareceu para tomar um café. E não foi por falta de convite.

Mas hoje, parte do mistério foi solucionado. Em um dado momento, estava eu lá trabalhando e aparece um rapaz da obra, no cercado que divide o espaço Goethe na Vila do canteiro de obras. Ele me chama, vou até ele e me pergunta se posso dar um pouco de gesso em pó para eles fazerem um reparo.

Confesso que me senti - com o meu pequeno canteiro - um vizinho de obras. Claro que disse sim e logo mais ele trouxe um pequeno balde para colocar o gesso. Quando entreguei ele me falou que se precisasse de algo era só falar, que estavam ali do lado - bem aquele papo de vizinho - e, claro, disse o mesmo e, de quebra, ofereci um café. Nisso ele apontou que ali eles também tinham café. Eis a descoberta, eles também têm café no canteiro de obras.

Mais para o fim da tarde, um senhor da obra chegou mais perto da cerca para conversar. Logo juntou um outro segurança - ah, peço desculpas, mas ainda não decorei o nome de todo mundo, ou seja, quando conseguir coloco os nomes aqui - que já fez propaganda do meu café. Já o senhor da obra, estava curioso sobre o meu trabalho, sobre os tijolos, se eu já estava calculando o rendimento etc.

E bem, além de tudo isso, também foi dia de visitas. A Luzinha - minha produtora - veio com alguns amigos para fazer a visita guiada na Vila Itororó e, claro, para me visitar. Assim como aconteceu no sábado, chegaram e ficaram.

E após conversar sobre a performance, oferecer café, alguns sentaram, ficaram conversando e tudo o mais. Logo alguém perguntou se a Carol - amiga da Luzinha que até então eu não conhecia - não queria fazer uns tijolos. E ela topou. Como eu estava no meio da última leva de tijolos, deixei para que ela terminasse. Com as devidas orientações e materiais, fui explicando como fazia e ela - vide fotos acima - fez alguns tijolos.

É com tudo isso, ainda consegui manter a minha produtividade. Em breve farei uma publicação com números da performance.

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Foto de Fernando Ribeiro

Fernando Ribeiro

Artista da performance e curador, vive e trabalha em Curitiba, Brasil. Ribeiro se destaca como um dos principais artistas da performance do Sul do país. Sua trajetória conta com mais de 17 anos dedicados a performance art, tendo participado de diversos eventos nacionais e internacionais. Também atua como curador de performance na p.ARTE e Bienal de Curitiba.