Antes do primeiro dia, houve o dia Zero. Um primeiro momento para chegar e conhecer a casa, fazer a reunião com o pessoal da casa, por mim, me ambientar do lugar. Era também o dia para produção, por exemplo, chegar o gesso em pó. Mas como trata-se de performance art, claro que o jogo com o acaso não podia deixar de existir e claro que o gesso não foi entregue. Mas o bom é que a Luzinha, minha produtora neste projeto, conseguiu dar um jeito para poder começar a performance.
E bem no fim, no dia zero já comecei os testes e produzi 18 tijolos. Mas a expectativa ainda estava pelo dia seguinte.
Pois bem, o dia 1 iniciou e com ele toda uma expectativa e reflexões sobre organização. Desde de que horas que vou acordar até o horário do ônibus que vou pegar. Ao chegar na casa, o que vou fazer em um segundo momento (considerando que o primeiro momento é passar o café)?
Tenho pensado muito na Rubiane Maia com o seu Jardim, que fez parte da exposição Terra Comunal. Assim como ela, também estou aprendendo como vou fazer, como vou trabalhar. Talvez a diferença esteja na rotina. Eu preciso organizar uma rotina de trabalho, traçar metas e tudo o mais. Antes eu não conseguia fazer isso, pois tinha a simples idéia que a performance se resumiria a fazer tijolos e levantar paredes. Pois a partir de agora vou descobrindo quantos estudos são necessários entre o produzir tijolos e o levantar paredes. Ou mesmo como produzir, a quantidade de água, a quantidade de gesso.
E mesmo atualizar o meu diário. Propus a mim mesmo vir aqui e escrever um “dia-a-dia”. Contudo, não tinha contabilizado o quão cansado estaria após um dia de performance. Ou seja, impossível escrever após. Então tenho que escrever enquanto estou aqui. Mais uma ação para a performance, mais algo a ser adicionado a lista de fazeres diários.
Ou seja, muito a organizar.
Bem, reflexões a parte, o dia rendeu bastante. Consegui mais uma parte da produção, receber o gesso em pó, produzir tijolos, fazer uns testes de parede.